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Movimentando
sensações guardadas

Este projeto foi desenvolvido em parceria com as artistas Elenize Dezgeniski e Faetusa Tezelli, junto a mulheres na ala feminina do Hospital Psiquiátrico Nossa Senhora da Luz, em 2011/2012. Seu objetivo foi desenvolver atividades relacionadas à arte com mulheres que se encontravam em sofrimento psíquico, e o Íntimo Colorido contou com as contribuições dos estudos de Nise da Silviera para realizar esse projeto. "Movimentando Sensações Guardadas" contou com o apoio do edital da Fundação Cultural de Curitiba (PR), com duração de três mêses, e atendeu a uma média de 20 mulheres. Após sua finalização, como contrapartida social atendeu ainda outras 10 mulheres dependentes químicas em um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS AD — Álcool e Drogas).

Desenvolvido com mulheres em Hospital Psiquiátrico

Projeto Social

Este projeto diz respeito a importância de buscar trabalhar junto a cidade estratégias de intervenções relacionadas a Arte, que possam ser colaboradoras para a desconstrução dos estigmas associados a Loucura, atuando diretamente nos valores culturais e sociais atribuídos aos portadores de transtornos mentais. O valor estratégico e a vocação deste projeto residiu no fato de ter sido um equipamentos concebidos fundamentalmente no campo da Cultura, e não exclusivamente no campo da Saúde. Abrindo possibilidades para que outros parceiros construam outros mapas, gerando cartografias libertárias, possibilitando Artistas e Filósofos também serem autores na história da Reforma Psiquiátrica do Brasil. Não concebendo a Arte como separada da vida, mas sim enquanto abertura de horizontes para o profissional que atua no campo da Saúde Mental ter a humanização e o afeto como ferramenta de trabalho, permitindo o portador de transtornos mentais reinventar o olhar, o ouvir, o sentir e o próprio corpo. É preciso sair do verbal e experimentar a vida, trazer para a superfície pensamentos capazes de provocar transformações em um conjunto de práticas, que se apresentam não somente como necessárias, mas sobretudo como urgentes. Chegamos ao ponto em que é preciso uma equipe técnica para acolher essas pessoas, o que denuncia a fragilidade da relação do ser humano com o mundo social em que ele vive. O projeto ainda aponta para uma crítica ao discurso científico como único que se pretende detentor da verdade, onde a ideia de atender melhor as manifestações da insanidade tem sido, nas ultimas décadas, uma preocupação de especialistas somente preocupados em estabelecer diagnósticos mais precisos. A banalização dos diagnósticos contribui para o uso abusivo da medicalização, dinâmica que denuncia o super faturamento das industrias farmacêuticas, um das industrias mais bem sucedidas que existem na atualidade. O projeto de pesquisa ainda faz face com questões que envolvem os Direitos Humanos, compreendendo o portado de transtornos mentais como um ser Social e Político, convocando-o a ocupar o lugar de cidadão de direitos. A Arte apresenta-se como instrumento relevante de resistência para a área da Saúde Metal, a partir da criação e reinvenção da própria vida, onde viver implica resistir às múltiplas forças que tentam impedir a vida em sua manifestação mais sutil.

* Projeto apresentado e premiado no XVII Encontro Nacional: Práticas Sociais, Políticas Públicas e Direitos Humanos, na UFSC - SC em 2013, intitulado "A Arte como prática sensível e movimento de desconstrução dos estigmas relacionados a Loucura".

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